Com cerca de 25.000 habitantes, em sua maioria na zona rural, o município de Cunha abrange uma área quase igual ao de São Paulo, 1410 km2, extendendo-se pelas serras do Quebra-Cangalha, da Bocaina e do Mar (ver localização). Observa do alto, da tranquilidade das montanhas, vistas espetaculares e inexploradas, os incontáveis recortes suaves dos morros, transformando-se em picos rochosos que despencam sobre a costa rasgada por baías e arquipélagos onde surgem o sol e a lua.
Entre São Paulo e Rio, ocupando posição estratégica e histórica de acesso ao vale do Paraíba, às serras do Mar e Mantiqueira, Cunha tem seus limites com outros municípios de grande interesse turístico, possibilitando passeios agradáveis a diversificados cenários de rara beleza: Parati e Angra dos Reis no Estado do Rio de Janeiro; Ubatuba, São Luis do Paraitinga, Lagoinha, Guaratinguetá, Lorena, Silveiras, Areias e São José do Barreiro no Estado de São Paulo.
A cidade de Cunha está a 950m de altitude, na ancestral Trilha dos Goianazes, participando da História do Brasil de maneira ímpar (ver História).
O excelente clima temperado e seco (ver localização) tornou Cunha uma Estância Climática (1948) da mesma forma que sua abundância de águas puras a fez uma APA - Área de Proteção aos Mananciais. Berço dos rios Paraibuna e Paraitinga que despencam com seus tributários formando incontáveis cachoeiras para se unirem formando o lendário Paraíba. Pela Pousada dos Anjos serpenteiam as primeiras águas do Rio Paraibuna, próximas a belas cachoeiras, algumas acessíveis e outras até inexploradas.
O cunhense herda e preserva a rica cultura tropeira, atuando historicamente no pequeno comércio de ligação litoral-interior, na agricultura de subsistência e na produção leiteira. A notável hospitalidade e solidariedade dos moradores remonta à tradição de dar repouso, alimento e apoio ao viajante, papel desempenhado por este povo desde o século XVI. Predomina a religiosidade católica agregada a mitos indígenas brasileiros, africanos e portugueses sebastianistas. Com sua cultura rural, simpatia caipira e personalidade naif, o povo de Cunha, a princípio retraído, abre-se ao interesse do visitante, revelando aos poucos particularidades únicas e íntegras, como um bolsão parado no tempo, envolto em montanhas, mistérios e sabedorias.
Os diversos pequenos bairros rurais, como a Aparição, dão acesso à cultura rica e surpreendentemente preservada, que se manifesta nas Folias de Reis (janeiro), nas festas de São José da Boa Vista (março), cavalaria da festa de São Benedito (abril), malhação do Judas na Páscoa (abril), Corpus Christi (junho), Festa do Divino (julho), Festa do Peão Valente (agosto) e a Festa da Padroeira Nossa Senhora da Conceição (dezembro).Nas festas religiosas vê-se congadas, cavalgadas, novenas, moçambique, jongo e outras rezas, ritmos e danças, ao som das sanfonas, violas, pandeiros, caixas e o bater dos pés com guizos, coloridos por trajes, fitas, bandeiras e bastões em movimento.
Já são tradicionais o Festival de Inverno (julho) com shows de música popular, jazz e barraquinhas de pratos típicos na praça da matriz, a cerimonial Comemoração da Revolução de 1932 (julho), e o carnaval de rua (fevereiro), dizem, cada vez mais animado.